Num bairro do subúrbio
Cresceu moleque esguio
Soltava pipa seguro
Brincava no meio fio
Era um bom aluno
Um jovem ágil e sadio
Só queria um mundo onde ser livre
Não fosse um delírio
Se sentia oprimido
Atos institucionais
Sob fardas pomposas nos tratavam
Como animais
Passa conviver
Com gestos surreais
Só fazer passeata ele viu que
Não adiantava mais
Amigos se mobilizam
Antigos colegiais
Portando armas de fogo vão guerrilhando
Pela paz
Sequestrou políticos
Se despediu dos pais
Assaltos a banco custeavam
Seus ideais
Corra amigo fuja logo esconda-se
A margem do rio
Mais eles são muitos me pegaram!
Quieto! Nem mais um pio!
Torturado choque elétrico até perder
Todos os sentidos
E pensar que só queria um futuro
Melhor ‘pros’ seus filhos
Hoje num quarto escuro
É só um corpo vazio
Porque ficar sobre o muro
Nunca foi seu feitio
Perdeu a vida por querer mostrar a todos
A pura verdade
Pagou um preço alto por sonhar com sua
Real liberdade